quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Um pouco de história académica














Existia em Castelo Branco, nos finais do Século XIX, uma Academia resultante da vivência dos alunos do então Liceu Nacional de Castelo Branco. Os estudantes de então eram bastante activos nos seus projectos, que animavam ao mesmo tempo a vida da Cidade de então. Um desses projectos era a Tuna Académica Albicastrense. Conseguimos recolher as seguintes informações sobre essa Tuna:

“ Não conseguimos saber a data da fundação da primeira Tuna Académica, mas ela é anterior a 1898, pois a fita mais antiga do Estandarte tem a legenda: “À Tuna Académica” e a data 1 de Dezembro de 1898. Regeu a Tuna nesse ano de 1898-1899, o Maestro Jesus Escoto, mestre de música no Colégio de S. Fiel. Em 14 de Maio de 1899, ainda a Tuna recebeu uma fita branca com a dedicatória: “Gratidão do Monte-Pio de Castelo Branco – À ilustre Tuna Académica Albicastrense”.















Mas no fim deste ano de 1899, o programa do Sarau realizado em 30 de Novembro, declara que o produto de alguns saraus mais será aplicado a: “honrar a bandeira da extinta, tuna académica pagando as suas dívidas”.

Extinta assim, em fins de 1889, a Tuna em breve renasce, aí por 1902, passando a ser regida, de 1902 a 1904, pelo académico António de Por tugal.

De 1904 a 1909, foi regente o maestro José Cifuentes, mestre da Banda dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco.

Em Dezembro de 1909, realizou a Tuna uma excursão a Castelo de Vide, onde foi recebida com grande entusiasmo e lhe foi oferecida uma fita branca com a legenda: “À Tuna Académica de Castelo Branco – Castelo de Vide, XXI-XI-MCMIX”.

No ano de 1910-1911, dirigiu a Tuna o maestro Armando Andrade, regente da Banda dos Bombeiros Voluntários.














Em 1911-1912 foi a mesma Tuna regida pelo maestro Marcelino Mangualde, regente da Banda dos Bombeiros Voluntários.

Em 1912 tomou a regência o académico Eduardo Ferraz e nela se manteve até deixar o Liceu em 1914.

Num dos anos seguintes, recebeu uma fita creme com esta legenda: “À Tuna Académica – As alunas do curso de 1913-1914”.

De 1915 a 1917 regeu a Tuna o académico João Duarte Marques. Em Abril de 1916, realizou a Tuna uma excursão a Castelo de Vide e Portalegre, tendo conquistado para o Estandarte uma fita azul com a seguinte legenda: “Aos seus colegas Albicastrenses a Academia de Portalegre – Protesto de Gratidão pela sua visita – 12-IV-1916”.

Em 1917 recebeu a visita do Orfeão Académico de Viseu.

No ano de 1918-1919 foi regente o maestro César Antunes, mestre da Banda dos Bombeiros.

Em 1919-1920, regeu a Tuna o académico Alves Jana.

Em Fevereiro de 1920 fez a Academia de Castelo Branco, com esta Tuna e o Grupo Cénico, uma excursão a Santarém. Daquela cidade trouxe o nosso Estandarte uma fita verde com a seguinte legenda:

“ À briosa Academia de Castelo Branco, Aliança Eterna da Academia de Santarém”, e uma fita branca com a legenda “À (Tuna Académica Albicastrense)” ambas com data de 6 de Fevereiro de 1920.

Em 1920-1921 regeu a Tuna Eugénio Nacho, funcionário da Secretaria do Liceu.















Depois de 1921 as Tunas entraram em declínio e não as vemos figurar nos programas dos saraus académicos realizados nos anos imediatos. Informam-nos, porém, que já em 1924 a Tuna regida por Afonso Amaral (funcionário de Finanças), volta a fazer a sua “arruada” pelas ruas da cidade.

No ano de 1929-1930 a Tuna colaborou na Sessão Solene do 1º de Dezembro realizada no Salão Nobre do Liceu do Paço do Bispo executando os três hinos – Nacional, da Restauração e Académico.

A mesma Tuna abriu a Récita da Academia de 22 de Fevereiro de 1930, sob a regência do académico Manuel Assunção.

No ano de 1932-1933 a Tuna dirigida pelo Tenente Piedade (regente da Banda de Caçadores 6) colaborou na Récita de Despedida dos setimanistas, em 11 de Fevereiro de 1933.

Em Março do mesmo ano, realizou esta Tuna uma excursão a Nisa, Crato e Portalegre, e de Nisa e Portalegre trouxe, no Estandarte, duas fitas como “homenagem das madrinhas à briosa Academia Albicastrense”.

É esta a última notícia das nossas velhas e saudosas Tunas de Estudantes.


Eduardo Ferraz”

Sem comentários:

Enviar um comentário